A Magia e a Alegria do 1º jogo de futebol no estádio, e o contraste da Burra Violência!!!

De longe o clarão dos refletores sobre o panelão. No ônibus, torcedores cantam o amor pelo clube. Ao descer do ônibus, carros com bandeiras buzinando a chegada a o estádio. De longe já se ouve o eco da torcida vindo do estádio.

Com o estádio se aproximando, o brilho nos olhos dos meninos que pela primeira vez vão assistir o seu time do coração, o Santos F.C. no estádio, e o seu ídolo Neymar. A ansiedade toma conta dos meninos que querem entrar logo.

Passamos a catraca, e subindo as escadarias do Pacaembú para as arquibancadas, o clarão das luzes, a multidão gritando Santos, e a festa da Torcida Jovem, fez os corações dos meninos dispararem, e o sorriso estampado no rosto.

O jogo, Santos x Juan Aurich pela Taça Libertadores da América no dia 22 de Março de 2012, estádio do Pacaembú. Jogo bom para levar crianças, sem torcida adversária. Seria perfeito para as crianças se não fosse a chuva.

Antes da chuva, vem o Santástico para o campo, bexigas e faixas brancas se espalham pela torcida e o incentivo para a equipe estronda no ar. A molecada têm ali o primeiro encontro com a torcida. Ali tive o meu flash back lembrando o primeiro jogo que o meu pai me levou. O mesmo estádio, a mesma chuva, e com a torcida santista em peso. Foi em agosto de 1984 contra a Portuguesa. Meu encontro com a Torcida Jovem até hoje me emociona, pois no gol de empate do Santos, estávamos na torcida da Portuguesa, onde dava pra se proteger da chuva. Aquele momento foi mágico, eu vi a torcida gritando gol do outro lado e esqueci que estava na torcida adversária, no entanto, corremos na chuva mesmo para o encontro com o "Mar Branco" que nos carregou no colo.

Voltando ao ano de 2012, Peixão em campo, o adversário também, hino nacional e começa o jogo!

Neste momento, sobe o bandeirão da Torcida Jovem, tampando toda a visão do campo, e a alegria dos garotos gritando Santos, se divertindo de baixo do enorme pavilhão. Um "uuuuuuuhhhh" surge do outro lado, quase gol do Peixe, e o bandeirão desce. e os meninos pregaram os olhos no campo.

Não demorou muito a chuva começa a cair... capa de plástico nos meninos, e nós enfrentando a chuva. Choveu muito! Mas a animação não para, até que Dracena guardou! Aí vem o olhar do pai orgulhoso vendo o filho gritando gol, o primeiro abraço juntos no estádio, o primeiro gol do Santos... Este foi o momento mais mágico. A chuva torrencial não dava brecha. Amigos que passavam por nós nos via e eu com orgulho dizia: "Hoje é a estréia do meu filho" e as respostas quase todas iguais: "Logo hoje, na chuva?", mas não arredamos pé. A falta de luz, a demora para o retorno da energia foi desanimando a todos, até que o jogo recomeça, e o gol do Neymar deu uma  animadinha. O alívio foi o apito final do jogo, e junto com o apito final, a chuva também parou. Indo embora, me veio na lembrança que o meu primeiro jogo do Santos foi debaixo de chuva também, no mesmo estádio, e a chuva veio para abençoar as nossas idas e vindas de uma partida de futebol em paz e em segurança.

Infelizmente, o contraste do sorriso de um menino, o contraste da paz, o contraste de um espetáculo, é a "Burra Violência" de certos indivíduos que veste a camisa da entidade que representa o povo perante ao seu clube de coração. 

Lamento muito a morte do rapaz palmeirense, envolvido em um confronto de torcidas. Quem perdeu foi a família, os torcedores, a dignidade! 

"Burra Violência" poque me envergonha ver que a violência é por causa da camisa do rival sem ter uma ideologia ou um propósito para o ato. Os homens bombas do Oriente Médio chegam, por incrível que pareça, ser mais inteligentes que o indivíduo que veste uma camisa de torcida organizada. Os homens bombas estudam e tem um propósito religioso (mas não deixa de ser bestial). A "Burra Violência" nos impede de ensinar a apreciar o esporte aos nossos filhos, coisa que deveria ser um ato educacional, passou a ser um ato de "sobrevivência". A "bestialidade" de certos indivíduos deveria ter uma forte punição, mas antes disso, seria na teoria, uma questão de "inteligência". O "barato" do futebol é a tiração de sarro na segunda feira, a zueira, a discussão, histórias para dar vantagens ao time do coração, o sadio xingamento, pois não é humilhação ou desonra, ser chamado do sardinha, galinha, porco, bambi... faz parte da brincadeira, brincadeira que dura um dia. Agora, velórios de segunda feira pós clássico é eterno, inaceitável, bestial, extremamente triste.

Eu faço parte da Torcida Jovem do Santos, já participei de confrontos, tenho até histórias engraçadas pra contar, mas a violência passou dos limites. O que antes eram encontros casuais, hoje é agendado na internet, e salve-se quem puder. Aí "Pai", você que está lendo esta postagem, vai incentivar seu filho a ir ao estádio? Foi isso que derrubou a minha "magia" de ter levado o meu filho ao primeiro jogo! O que que eu faço? Proíbo ele de ir ao estádio? Por que que eu não pensei assim antes de levá-lo ao estádio? Santos, Neymar, Ganso, a super mídia de um time Tri Campeão da Libertadores, então me diz, quem é que não quer ver o Santos ao vivo nos estádios? Como devo explicar essa realidade ao menino?

Ter pulso forte, educar muito, ensinar como se deve ir ao estádio, e prepará-lo quando atingir a maioridade.

Na verdade, eu apenas queria dar uma alegria para o "muleke", mas o fato de ser pai, me fez pensar o futuro, o cuidado que devemos ter ao educar nossos filhos para o futebol. Meu menino até que joga um bolão... vou incentivá-lo a jogar futebol, mas com uma condição: nota boa na escola = escolinha de futebol e ponto.

Que bom seria se o caminho para os estádios tivessem a
Paz destes meninos!!!

Alô autoridades, nossos meninos querem ir aos estádios em paz, igual a foto ao lado. Alô você pai... eduque o seu filho contra a violência, nós devemos fazer a nossa parte também. Alô chefes de torcidas, a ideologia, liderança e educação com seus associados também ajuda, aliás, o pavilhão da entidade e o amor ao clube que defende, é muito mais importante que "arrumar treta" com os adversários. Pensem nisso! 

Eu ainda acredito no churrascão do Pacaembú, na praça Charles Müller, onde regado de muita carne e cerveja, o encontro de todas as facções de torcidas organizadas comemorando a Paz! Sonho? Loucura? Não, apenas acredito na inteligência, no progresso e na evolução do pensamento humano. Isso é possível!!!

Mas por enquanto, vou curtindo a magia e a alegria dos Meninos da Vila (Euro), que sorriram, vibraram com os Meninos da Vila (Belmiro), com uma torcida que ali estavam em Paz, com os seus ídolos e com a Magia do Santos F.C.

Encerro esta postagem com a Frase: Paz entre as Torcidas!